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:: Cidade está pronta para reerguer-se das ruínas
Após fecho de indústrias, termas e hotel, vão sendo criados projectos de revitalização
Ontem
EMÍLIA MONTEIRO

A crise chegou a Vizela e ficou: as fábricas fecharam, as termas fecharam e o último hotel também encerrou portas. A Câmara quer reconquistar os turistas, nem que para isso as termas tenham que mudar de dono.

Há muitos investidores interessados nas Termas de Vizela e temos tido diversas reuniões com grupos económicos fortes que têm a intenção de pegar nas termas e edificar um projecto luxuoso, com SPA e uma unidade hoteleira", disse ao, JN, Dinis Costa, o presidente da câmara vizelense.

Desde o início deste mês que Vizela está mais abandonada. Depois da falência das grandes fábricas têxteis, o encerramento das termas centenárias e do último hotel ainda em funcionamento na vila, Vizela deixou de receber turistas. "Já tínhamos as fábricas a cair aos bocados e o rio Vizela cheio de porcaria, mas agora nem sequer temos as nossas termas", referiu Joaquim Cunha, antigo trabalhador têxtil e agora proprietário de um café no centro da vila.

Dos 30 trabalhadores das termas, 27 já rescindiram o contrato de trabalho. Apenas três funcionários continuam no activo, assegurando o funcionamento da piscina até quinta-feira, altura em que também deverá encerrar. "As termas são viáveis e estão na moda", referiu Francisco Figueiredo, presidente do Sindicato de Hotelaria e Turismo do Norte, justificando o encerramento com a possível existência de "interesses obscuros por trás da crise".

As termas de água sulfurosa pertencem à Companhia de Banhos de Vizela, uma sociedade por quotas, maioritariamente detida por uma família residente em Lisboa que não esteve disponível para falar com o JN.

"As termas têm águas medicinais, únicas no mundo, que estão a ser subaproveitadas", salientou ainda Dinis Costa. Uma opinião partilhada por Francisco Figueiredo. O responsável pelo Sindicato de Hotelaria e Turismo defende que o Estado retire a concessão da água sulfurosa à Companhia dos Banhos de Vizela.

Com o encerramento das termas, fechou também o Hotel Sul Americano, o último dos hotéis de Vizela que se mantinha aberto. "Aos poucos, está a fechar tudo", frisou Joaquim Cunha.

A 'crise' começou com a diminuição da comparticipação do Ministério da Saúde no tratamento termal e agravou-se quando o INATEL deixou de realizar actividades do Turismo Sénior em Vizela.

"Pode ser que isto mude, temos que acreditar mas, para já, é só miséria", finalizou Joaquim Cunha.
fonte: jn
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