Vizela, Braga, 20 Jun (Lusa) - Os sócios do FC Vizela manifestaram sexta-feira solidariedade com a Direcção do clube, no âmbito do processo que conduziu à sua despromoção à II Divisão, cujo recurso já está no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Vizela, Braga, 20 Jun (Lusa) - Os sócios do FC Vizela manifestaram sexta-feira solidariedade com a Direcção do clube, no âmbito do processo que conduziu à sua despromoção à II Divisão, cujo recurso já está no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Numa Assembleia-Geral concluída já de madrugada, cerca de três centenas de sócios quiseram manifestar ao seu apoio aos líderes do FC Vizela, deixando uma certeza: \"O Vizela não acabará, seja qual for a decisão da Federação\".
Após a Comissão Disciplinar da Liga de Clubes ter condenado o Vizela à despromoção da Liga de Honra para a II Divisão, por alegado envolvimento em casos de corrupção, o clube minhoto recorreu terça-feira para o Conselho de Justiça da FPF.
Na sexta-feira, em reunião magna, os sócios do Vizela mostraram-se confiantes na manutenção nos campeonatos profissionais, garantindo à Direcção minhota que estariam \"prontos para tudo\".
Já o presidente Paulo Pinheiro confirmou que o recurso enviado para o Conselho de Justiça da FPF tinha sido aceite e estava em \"fase de análise\".
O dirigente prometeu aos cerca de 300 associados que encheram a Casa do Povo de Caldas de Vizela que iria \"até às últimas consequências com este processo\", sem \"nunca desistir\".
Paulo Pinheiro disse que \"se a vontade dos associados não passar por entregar a chave do clube\", isso \"nunca virá a acontecer\", adiantando, ainda, ter a certeza de que o recurso do Vizela está \"muito bem fundamentado e tem pernas para andar\".
Na reunião de sexta-feira ouviram-se muitas críticas ao presidente da Comissão Disciplinar da Liga, Ricardo Costa, bem como, entre sussurros, acusações a vários clubes despromovidos que podem a beneficiar da punição aplicada ao Vizela para se manterem na Liga de Honra.
Esta foi, segundo alguns dirigentes e sócios vizelenses, a assembleia \"mais participada do Vizela nos últimos anos\".
Segundo, Paulo Pinheiro este \"impasse\" fez com que a preparação da próxima época ficasse \"parada\", sendo \"impossível\" adiantar informações sobre reforços, por exemplo.
A Comissão Disciplinar da Liga decidiu, em 09 de Junho, despromover o FC Vizela devido a uma alegada tentativa de corrupção de um árbitro por parte de um dirigente do clube minhoto, num caso que remonta à época 2003/04.
O nome de Benjamim Castro aparece associado a uma escuta telefónica que contém \"material\" suspeito de actos de corrupção num jogo entre o Vizela e o Fafe.
De acordo com o advogado dos minhotos, André Castro, o recurso foi entregue em 16 de Junho na Liga de Clubes, \"conforme obrigam os regulamentos\", organismo que encaminhou o processo para a FPF.
\"As bases deste recurso passam pela ilegalidade das escutas telefónicas que constam da decisão da Liga. Há um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de Outubro de 2008, que diz que a utilização de escutas para condenação é ilegal. Esta é uma instância superior que deve ser levada em linha de conta\", disse André Castro à Agência Lusa.
O advogado do emblema minhoto sublinha que houve ainda \"violação do direito de defesa\" neste processo, alegando que a Comissão Disciplinar da Liga tem conhecimento de uma decisão semelhante a esta desde Junho de 2008, mas \"nunca contactou o Vizela\".
Assim, o clube quer que a decisão de despromovê-lo da Liga de Honra para a II Divisão seja reconsiderada, pedindo a \"impugnação\" das escutas telefónicas, por as considerar \"ilegais\".
PYT.
Lusa/fim.
fonte: expresso
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