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:: Balneário termal fechou mas há tratamentos à borla
2010-02-01
LILIANA COSTA

Muitos aproveitam a água que jorra pelo parque termal para tratar os ossos e a pele.

Com o balneário das Termas de Vizela encerrado, muitos aproveitam a água sulfurosa que jorra em abundância em diferentes pontos do Parque das Termas. A água é quente e é remédio para problemas de ossos e de pele. Além disso, é de borla.

Para muitos, é já um ritual diário. Mergulha-se os pés na poça, leva-se a água até aos joelhos e relaxa-se sem complexos durante uns bons minutos. "Às vezes até me ponho em tronco nu. Sabe bem no fim do treino", confessa Joaquim Carvalho. Segundo se conta, tudo começou quando um dos tubos que transporta a água termal da zona de captação até às termas rebentou ou foi propositadamente descontinuado em pleno parque das termas, vertendo a água directamente para o rio. A água cavou um buraco e não tardou quem arranjasse forma de assentar uma tábua de madeira para maior comodidade. Agora já tem dois "banquinhos" porque no Verão "havia filas de gente para molhar os pés", contam ao JN.

Mais próximo da ponte sobre o Rio Vizela há uma outra "bica", essa com maior pressão e temperatura mais elevada. "Desde que comecei a vir já sossego melhor durante a noite. Via-me à rasca para dormir com dores nas pontas dos dedos. Só à base de pomadas", atesta João Luis Gonçalves, de 74 anos. Já ninguém se espanta ao vê-lo ali sentado, de pés de molho na água quente. "Vem aí muita gente. Agora nem tanto porque está muito frio, mas de Verão era um corridinho", confirma um dos atletas que segue em passo de corrida no habitual treino matinal.

Só falta um balneário...

O encerramento do balneário termal que já valeu a Vizela o epíteto de "Rainha das Termas de Portugal" surge em todas as conversas. Lamenta-se pelo significado afectivo, pela qualidade das águas sulfurosas, pelo turismo, pelo despedimento dos funcionários. "Era de grande importância para a terra e é difícil compreender a decisão quando aqui há uma água que quem dera a muitas termas deste país tê-la", comenta Américo Pacheco. É um dos utilizadores habituais do Parque das Termas, agora gerido pela Câmara de Vizela. Desde que a concessão do direito de superfície foi assinado, o parque está bem mais limpo e asseado. "Venho cá dia sim, dia não. Com 60 anos felizmente não tomo medicamento para nada. Sempre gostei do desporto", explica, enquanto remata o treino junto à bica quente. "Faz muito bem à saúde. É pena que não haja um balneário. Até já propus que fizessem aqui um pequeno balneário, sem luxos, só para nos podermos trocar e aproveitar a água que temos", sugere.

Médica alerta para os perigos

A classe médica atesta as propriedades da água termal, apropriada para as vias respiratórias, sistema músculo-esquelético, principalmente osteoarticular, e também para afecções da pele.

Médica durante 18 anos nas Termas de Vizela, Maria do Resgate Salta alerta, contudo, para os perigos que representa o banho em condições inadequadas. "Esta altura não é aconselhável ainda para mais ao ar livre e sem condições de se poderem agasalhar depois de sair da água. Podem mesmo fazer uma crise aguda do problema que têm", adverte.

Em condições normais, porém, os resultados são bons. "Trabalhei lá 18 anos, tive a oportunidade de dar imensas consultas e de ver muitas pessoas que chegaram incapacitadas e que ao fim de alguns tratamentos começaram a reabilitar a sua mobilização", confirma a médica.
fonte: jn
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