Organizador desapareceu com o dinheiro da bilheteira e ainda deixou várias dívidas
00h30m
LILIANA COSTA
O pai de criança com paralisia cerebral vai apresentar uma queixa-crime contra o organizador de uma tourada solidária por alegada burla. A família não viu um tostão das receitas do evento e ainda ficou sem 2000 euros.
A história de Tozé, cinco anos, portador de paralisia cerebral, já comoveu muitas pessoas que, solidárias com a família do menino, contribuíram para um fundo que já atingiu cerca de 27 mil euros, ao longo dos últimos anos. Há uns meses, o caso ganhou maior visibilidade quando Tozé foi à televisão pedir ajuda. No mesmo dia, o pai do menino, Alexandre Pereira, recebeu um telefonema de João Oliveira que se apresentou como empresário de tauromaquia, oferecendo-se para realizar uma corrida de touros solidária.
\"Reunimo-nos e prontifiquei-me a ajudar no que fosse preciso para que a corrida solidária se realizasse\", recorda Alexandre Pereira. A 5 de Julho último, a praça de touros montou-se em Vizela, com 2100 lugares sentados, a casa \"estava com mais de metade da lotação preenchida\" e o espectáculo tauromáquico aconteceu. \"Tínhamos combinado que, no intervalo, o dinheiro angariado seria entregue ao Tozé, mas tal não aconteceu\", conta o pai.
Confrontado, o empresário justificou que \"tinha tido prejuízo, só tinha vendido 800 bilhetes e que, ainda por cima, tinham roubado algum dinheiro das bilheteiras\", relata Alexandre, inconformado. \"É mentira porque o homem da praça disse que no mínimo estariam 1150 pessoas, o que significa que com bilhetes a 15 e a 20 euros, daria, pelo menos, 17250 euros. Não vi um tostão. E ainda por cima ele não pagou a ninguém, nem ao homem dos touros, nem ao que montou a praça, tão pouco à GNR\", afirma, indignado.
A família não só não recebeu qualquer ajuda para os tratamentos do menino, como ainda por cima ficou sem quase 2000 euros, dinheiro que adiantou a Oliveira para pagar as licenças e ao pessoal que ia montar a praça.
Alexandre sente-se burlado e quer avançar com uma queixa-crime contra o alegado empresário tauromáquico. \"Estou só à espera de ver se consigo reunir mais lesados, nomeadamente restaurantes, tipografia e outras casas comerciais que deram 50 e 100 euros a esse indivíduo para fazer camisolas com a fotografia do meu filho e que nunca apareceram. Se puder dividir as despesas da advogada, tanto melhor\", revelou o progenitor. Os pais temem ainda que \"ele possa estar a servir-se da fotografia do meu filho que ele levou para conseguir enganar mais alguém\".
O JN tentou contactar João Oliveira mas ninguém atendeu as chamadas.
Segundo apurou ainda o nosso jornal, o responsável pelos touros, António Nunes, reclama uma dívida que rondará os 12 mil euros e já fez saber que irá recorrer aos tribunais para reaver o dinheiro. E a acção será interposta contra os Bombeiros Voluntários de Vizela, instituição que apareceu nos cartazes como entidade organizadora.
fonte: jn
--
Visitor Ip: 188.80.185.196
Sem comentários:
Enviar um comentário