Problemas financeiros estão a pôr em risco quase 300 postos de trabalho da empresa Teviz, em Moreira de Cónegos. Os trabalhadores e a administração acreditam na viabilidade da empresa, cujo futuro está nas mãos da banca.
A empresa Teviz, Têxtil Vizela, localizada em Moreira de Cónegos, entrou em processo de insolvência, devido a problemas financeiros, ameaçando a continuidade de mais de 270 postos de trabalho directos. O processo deu entrada no passado dia 6 no Tribunal Judicial de Guimarães e foi requerido pela própria administração da empresa, que se comprometeu a apresentar, no prazo de um mês, um plano de insolvência, na tentativa de encontrar soluções que viabilizem a continuidade da firma. A laborar a cem por cento, a empresa vê-se ameaçada por problemas financeiros, com um passivo que ascende a cerca de 27 milhões de euros. A administração da Teviz, reconduzida pelo Tribunal, não se encontrava disponível ontem para prestar esclarecimentos sobre o processo, mas segundo apuramos, a empresa tentará obter um perdão de dívidas ou de juros junto do maior credor, o Millennium BCP, que reclama 15 milhões de euros e preside à comissão de credores, no âmbito do processo de insolvência. Os trabalhadores estão apreensivos, mas simultaneamente confiantes no êxito da operação encetada pela administração da empresa. "Estamos com fé. Sabemos que a dívida é muito grande mas acho que estão a fazer tudo para tentar resolver isto", referiu ao JN Manuela Freitas, revistadeira, ontem à saída da empresa, no fim de mais um dia de trabalho. A administração tem cumprido com o proposto e aceite pelos funcionários que desde Abril têm recebido os respectivos salários repartidos em 50 por cento ao longo do mês seguinte e os subsídios de férias e de Natal em duodécimos desde há dois anos. Obriga a refazer orçamentos familiares, mas, nesta fase, "o que queremos é que nos vá pagando, mesmo que seja de quinze em quinze dias", refere outra trabalhadora, que prefere não se identificar. Na maioria dos casos, os processos de insolvência são requeridos pelos credores, na expectativa de reaverem, senão a totalidade, parte dos seus créditos, como confirma Manuel Sousa, dirigente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-Os-Montes, mas este não é caso único e não raras vezes terminam com um desfecho favorável à continuidade das empresas. Para tal, é necessário que a proposta seja aprovada por pelo menos 68% dos credores. A primeira assembleia de credores está marcada para dia 18 de Agosto, às 9:30 horas, no Tribunal de Guimarães, destinada a votar o relatório do administrador de insolvência e os créditos provisórios. A Teviz - Têxtil Vizela é uma das maiores e mais antigas empresas da região, chegando a ter perto de 700 trabalhadores. Na vila de Moreira de Cónegos é das poucas que restaram em actividade, empregando ainda famílias inteiras. O eventual encerramento desta empresa constituiria uma forte machadada na esperança que ainda resta à população de uma vila que tem empobrecido à custa de uma das mais altas taxas de desemprego.
Liliana costa in JN
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